terça-feira, 17 de novembro de 2009

Violência do cotidiano


-O quê?
-Pois é isso
-Verdade?
-Infelismente
-Quando?
-O enterro foi ontem
-E você?
-Que remédio!...
-Não posso acreditar
-Nem eu.
-Tão boa e inteligente!
-Gostava muito de você
-E eu dela.
-Eu sei
-Como Aconteceu?
-Durante o assalto.
-Que assalto?
-Desses que se estão tornando coisas do cotidian.
-Aonde?
-La em casa.
-Nossa! Em sua casa?
-Ah! Nem queira saber...
-Mas como foi?
-Bem, eles chegaram.
-Quantos?
-Três.
-Todos de revólver, um em cada mão.
-E qual foi sua reação?
-Eu não estava em casa.
-Mais essa!
-Já pensou?
-E ela estava sozinha?
-Não.Com a Maria.
-Meu Deus!
-Foi horrível. Amordaçaram as duas.
-Depois roubaram tudo.
-E como a mataram?
-Com um tiro, na hora em que ela tentava tirar a mordaça.
-É revoltante!
-Se é!Quando cheguei já a encontrei morta.
-E a policia?
-Até agora, nada.
-Nenhuma pista?
-Nenhuma.
--O que você pretende fazer?
-Andar armado e matar se necessário, como todo mundo.
-O quê?
-Pois é isso.
-Verdade?
-Infelizmente.


LIVRO: Contos revivência - Roberto Fontes Gomes
Muito bom por sinal.

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